
XI SEMINÁRIO VOZES PERFORMÁTICAS
Coordenação Geral: Profa. Dra. Wânia Storolli
Nos últimos anos, observa-se um uso crescente de novas mídias nos processos criativos e manifestações artísticas. Em especial o uso de audio walks, nos quais registros sonoros desempenham papel fundamental, passou a ser frequente em muitos processos de criação e encenações de grupos teatrais. Considerando esse panorama atual, o XI Seminário Vozes Performáticas terá como tema “Narrativas Sonoras e as Vozes das Águas”, trazendo como foco a escuta das paisagens sonoras, sua transformação e as relações entre voz e meio ambiente. Pretende trazer assim questões atuais e pertinentes ao fazer artístico contemporâneo, assim como apontar para novas possibilidades de experiência artística.
LOCAL: Teatro Reynuncio Lima - Instituto de Artes da UNESP - R. Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271 - Barra Funda
PROGRAMAÇÃO
24/10 - TERÇA-FEIRA
14h00 - Abertura - Narrativas Sonoras e as Vozes das Águas, com Profa. Dra. Wânia Storolli
14h30 - “Silêncio! O mundo soa! Vamos ouvir?” Palestra com Profa. Dra. Marisa Fonterrada
16h00 - A voz poética da cenografia do rio Tamanduateí na região do ABC paulista – Conversa com profa. Márcia Plana e apresentação dos estudantes do Ensino Médio da E.E. Olavo Hansen da cidade de Mauá, sob sua coordenação.
17h30 - Performances
DIA 25/10 - QUARTA-FEIRA
14h00 - Oficina: “Contracenação Cantante” com Letícia Coura (Teatro Oficina).
Nesta oficina a artista apresentará um pouco de seu trabalho desenvolvido junto à Companhia Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona por quase 20 anos como cantora, atriz, compositora e preparadora do coro, proporcionando aos participantes a experimentação de uma prática desenvolvida e exercitada pelo grupo para a criação musical dos espetáculos. Um primeiro momento de prática para aquecer vozes, corpo e mente, e então uma contracenação cantante, onde o cantar junto é fator determinante para a atuação em coro, e vice-versa.
15h30 - “O Coro Antropófago no Bixiga: o processo de criação dos atuadores com a música n'Os Sertões do Teatro Oficina" com Letícia Coura (Teatro Oficina).
O Coro Antropófago no Bixiga, livro recém-lançado como resultado de seu trabalho de mestrado na USP defendido em 2021, adentra a formação do coro cantante do Teatro Oficina durante o processo de criação e montagem do épico Os Sertões, entre 2002 e 2007. Um processo que resultou em cinco espetáculos, totalizando 26 horas de duração, com direção de José Celso Martinez Corrêa. Neste segundo momento do encontro, a artista e pesquisadora fará uma palestra-performance sobre este trabalho, apresentando, acompanhada de seu cavaquinho, uma resumidíssima história do Oficina através da música.
17h30 - Performances
DIA 26/10 - QUINTA-FEIRA
14h00 - "Cultura e regeneração de rios urbanos: desafios de São Paulo e experiências internacionais", palestra-performance com Victor Kinjo.
Na Palestra-performance "Cultura e regeneração de rios urbanos", o artista e pesquisador Victor Kinjo compartilha canções e reflexões sobre processos de regeneração de rios urbanos, fruto de sua pesquisa de pós-doutorado desenvolvida no Centro de Síntese USP Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo e no Departamento de Estudos da Performance da Universidade de Nova York, Tisch School of the Arts, com apoio da FAPESP. Cantando e tocando piano, violão e sanshin, Kinjo é acompanhado do seu companheiro, o ator-pesquisador Eduardo Colombo na voz, percussão e dança, conectando a música dos seus discos KINJO (2017, YB Music) e Terráqueos (2022, YB Music) aos desafios da sustentabilidade em tempos de emergência climática.
15h30 - Conversa Victor Kinjo e Lauren Bon.
Nesta conversa com Victor Kinjo, Lauren Bon apresenta as práticas co-criativas de duas divisões do Metabolic Studio. A divisão Sonic explora o poder da vibração em sua capacidade de nutrir teias de vida, enquanto que a Farmlab é focada nas trocas com sistemas ecológicos complexos, buscando homeostase neste momento de precariedade ambiental. Combinando os processos das duas divisões, o Metabolic se esforça em usar as potências do som para manter a qualidade da água de chuva captada nos telhados do estúdio, armazenada em tanques na árida paisagem californiada, pulsando novas formas de vida em três áreas pós-industriais: o lago seco Owens Lake, em Payahuunadü, o Salton Sea, e uma área contaminada às margens do Rio Los Angeles.
16h30 - Oficina: “Cantos aquáticos” com Victor Kinjo e Eduardo Colombo.
Os artistas-pesquisadores convidam as pessoas participantes a uma série de procedimentos performativos que conectam teatro, dança, música, meditação e artes visuais, numa abordagem holística e ecológica da criação via corpo-voz. O trabalho é amparado na metodologia do Programa Práticas do Presente de Artes Performativas, desenvolvido em colaboração desde 2015 na Samaúma Residência Artística Rural e parte do projeto “Práticas ecoperformativas: relações entre cena e ambiente em percursos criativos contemporâneos”, em desenvolvimento na ECA-USP, com apoio da FAPESP.
17h30 - Performances
MARISA TRENCH DE OLIVEIRA FONTERRADA possui graduação em Música, mestrado em Educação e doutorado em Antropologia. É Professora Livre-Docente em Técnicas de Musicalização na UNESP e atualmente aposentada do Instituto de Artes da UNESP, atuando como voluntária no Programa de Pós-graduação em Música. É coordenadora da ETEC de Artes em São Paulo e lidera o Grupo de Pesquisa em Educação Musical (G-pem) desde 1997, com vasta experiência em educação musical, canto coral, ecologia acústica e arte no ensino fundamental, médio e superior.
WÂNIA STOROLLI Pesquisadora na área da voz e performance, professora doutora da UNESP. Chefe do Departamento de Artes do Instituto de Artes da UNESP, atua nos cursos de graduação em Artes Cênicas do Departamento de Artes e no Programa de Pós-Graduação em Artes. Pós-doutora em Música pela USP (2013) e pesquisadora na New York University em 2012, com pesquisa financiada pela FAPESP. Coordenadora do Grupo LI.V.E. (Laboratório de Improvisação Vocal e Experimentação) e líder do Grupo de Pesquisa Vozes Performáticas da UNESP.
MARCIA PLANA possui graduação em Letras pela Faculdade de Ciências e Letras de Ribeirão Pires e mestrado em Literatura e Crítica Literária pela Pontíficia Universidade Católica - PUC-SP. Professora de Educação Básica da E.E. Olavo Hansen. Desenvolve Projeto na Universidade de Sergipe.
VICTOR KINJO (Victor Uehara Kanashiro)
Multiartista, pesquisador e produtor cultural. Co-fundador da Água Viva Cultura e Sustentabilidade e da Samaúma Residência Artística Rural. Com os álbuns "KINJO" e "TERRÁQUEOS," lançados, possui formação acadêmica, incluindo doutorado em Ciências Sociais e pós-doutorado no Instituto de Estudos Avançados da USP. Diretor musical de espetáculos e autor de "Quem são Mishimas?". Sua atuação abrange shows, palestras e pesquisas em diversas instituições e festivais nacionais e internacionais.
Para saber mais, visite kinjo.com.br .
EDUARDO COLOMBO é artista do teatro e da dança, com doutorado em Artes Cênicas, mestre em Artes da Cena, bacharel em Artes Cênicas e especialista em Gestão Cultural Contemporânea. Membro do Núcleo Patuanu de Pesquisa em Dança Pessoal e criador do Programa Práticas do Presente de Artes do Corpo. Ele é co-fundador da Samaúma Residência Artística Rural e da produtora Água Viva Cultura e Sustentabilidade, com notável experiência internacional e reconhecimentos em sua carreira.
LETÍCIA COURA é cantora, compositora e atriz. Uma multiartista com mestrado em Artes Cênicas pela USP. Destacando-se em teatro, música e tradução, sua carreira inclui nove álbuns lançados, participação na Companhia Teatro Oficina, além da autoria de contos literários e atuação como diretora teatral e dramaturgia do espetáculo Das Paredes.
Para saber mais, visite leticiacoura.com.br.
LAUREN BON é uma artista e ativista ambiental. Sua prática, Metabolic Studio, começou com "Not A Cornfield", 2005-2006, que transformou um terreno baldio em um milharal de trinta e dois acres, hoje o Los Angeles State Historic Park. "Bending the River", atualmente em construção, movimenta a água do rio Los Angeles através de uma rede de tubos de argila vitrificada colocados sob o concreto. O trabalho transformador transportará águas residuais limpas para o Parque Histórico Estadual de Los Angeles, utilizando o primeiro direito privado de água de Los Angeles nesta primeira reutilização adaptativa da infraestrutura do Rio LA desde que foi transformado em um canal de controle de enchentes concretizado na década de 1930. O projeto será concluído em 2025.